quarta-feira, 28 de maio de 2014

Verde-azulado

Andava
Com um ar de menina, andava
Pensava
Que a água do mar tinha cor
Falava
Com a linguinha presa, falava
Tirava
De cada jardim uma flor
Beijava
Uma carta, uma foto, beijava
Mostrava
A beleza de rir em se expor
Brincava
Com a cor do cabelo, brincava
Sonhava
Com minha voz, meu olhar, meu amor.

domingo, 25 de maio de 2014

Overdose de Pão e Circo

Sempre sonhei com isso
Um Brasil unido
Um país marchando
Pelo bem da nação

Um povo mais assíduo
Ciente dos problemas
Lutando por direitos
Saúde, educação

Mas os governantes
Ricos, poderosos
Ainda se escondem
Chupam nosso sangue

Colocam o dinheiro
Em contas na Suíça
Transformam os hospitais
Em centros de animais

Redobre a segurança
Você que procurou
Não saia mais de casa
O gigante acordou

Saiam para as ruas
Está na televisão
O circo foi formado
Vai comprar o pão!

Indivíduo

Lá vai mais um
De sonho frustrado
Cabeça baixa
E coração partido

Pensava que era diferente
Queria mudar seu destino
Que desde menino
Tanto enfrentou

Corria por todos os lados
Congelando o tempo
Que há tempos
Disparou a correr

Sonhos se perderam
O cabelo imenso cortou
Seu sorriso agora é riso
O diferente se enquadrou.

Assalariado do caos

Sonhar sem dormir
Viver sem sorrir
Usar sem ter
Ensinar sem saber
O dia passou
E você nem viu
Trabalho, café
Cigarro, trabalho
A noite surgiu
E já acabou
Mulheres, momentos
Escolhas, defeitos
Tudo correndo
Nada direito
Brilhando sem luz
Gritando sem dor
Espírito sem paz
Sem paz nada sou.